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SÉRIE CHÃO


MARP - Museu de Arte de Ribeirão Preto
Ribeirão Preto | Brasil
1998





"Pensei pintar um quarteirão inteiro de vermelho
Daqueles cheios de casinhas e vizinhos
Pintar postes, calçadas, telhados...
Chapar também de vermelho um campo de futebol
De cor de rosa lavar as moradas de uma favela carioca
E ver no morro, naquela vista de privilégios
Comerciantes se transformando em vendedores de rosas
Rosas para cheirar, com pólen, brotando
Rosa: vermelho com branco: sangue e pó
Chão embaixo do chão
Depois do chão
Pedaços de um silêncio plástico"

Silvia Velludo
texto para o catálogo da mostra no MARP

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"Desce então dois lances de escada e se vê cercado por formas que lembram rochas, pedras, lavas, sedimentos e amálgamas de milhares de séculos. Deixou-se estar ali durante um tempo não avaliável pelas medidas convencionais. Está no centro de um receptáculo, em cato com as potências ctônicas da morte e do nascimento. Talvez receosa de sua onipotência, a artista evitou nuances. Tudo é branco: a negação da cor. Temendo equiparar-se a um demiurgo, não buscou seu material de trabalho na natureza, fez uso de um material sintético, produto da ciência, criando assim sua obra a partir de um referencial humano. Ciência e arte dialogam na ânsia de um reencontro que devolva ao homem a multipliciade, perdida com a imposição da ciência como um saber autonomo."

Anette Hoffman
setembro de 1998








Série Chão
acrílica sobre espuma de poliuretano flexível e acrílica sobre MDF

1997 - 1998






Prêmio Aquisição 23º SARP | 1998







"Depois de querer rasgar o céu... numa nítida referência a Lúcio Fontana, desvendo a serial killer que há em mim. Coloco uma série de colchões em caixas, rasgo-os e esquartejo-os em camadas sequenciais e quando só me resta a caixa, quebro a caixa... Expus esta série em 1998 no MARP, e chamei-a: Série Chão, 'chão embaixo do chão depois do chão, pedaçõs de silêncio plástico'."