DOR
2005



Dor
limalha de ferro e manta magnética | 200 x 200 x 200 cm
2005


Sem Título
alfinetes sobre MDF | 40 x 40 x 4 cm
maquete para praça central da FMRP
2005
Imagens da dor
Mostra paralela ao simpósio
"Reflexões em Torno da Dor"
Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto | Brasil
2005

Trechos de entrevistas com os participantes do Simpósio
Reflexões em Torno da Dor
"Do trabalho da Silvia, falo como impressão, de que forma ele repercute em mim: me fala de uma coisa concreta, de uma proporção muito grande, retilíneo e ao mesmo tempo que reflete essa solidez de um totem, se pulveriza nesta presença destes fragmentos da própria peça que estão ao seu redor. Fala daquilo que ao mesmo tempo é sólido e que se desfaz com muita facilidade. Mas de um sólido que é concreto, mas ao mesmo tempo bem delineado, aparentemente consistente. Entendo que essa é a experiência da dor: ao mesmo tempo que reflete uma fragmentação, algo que pulveriza, e ao mesmo tempo que tem m grande significado nesta concretude que o trabalho dela traz."
Prof. Dalton Luis de Paula Ramos | FO | USP
"Olha, eu vejo nesse trabalho a tentativa de representar uma espécie de contradição, quer dizer, alguma coisa de muito sólido mas que ao mesmo tempo está se desfazendo, está em processo de decomposição, está se desmanchando. Esta tentativa de uma solidez de pedra, e ao mesmo, a poeira, o grão, aquilo que há de menos sódio e de mais volátil. Eu tenho impressão que ela quis, não sei, mas a mim me parece que a representação é isso: é a ligação contraditória entre a solidez e a volatilidade. Não sei bem o que é que isso expressaria em termos de uma possível relação com a dor, mas possivelmente essa passagem que acontece quando sobrevém a dor. A passagem de uma situação sólida, de uma estrutura consciente, de algo ou de alguém que se domina para alguma coisa que entra num certo estado de desconstrução, de desmanche, uma certa volatilização, o desmanche do sólido. Então, o que talvez se quer expressar aqui seria isso: a possibilidade que tem a dor de afetar a solidez de uma personalidade, de uma consciência, e de fazer com que isso, essa solidez venha a se tornar poeira.˜
Prof. Franklin Leopoldo da Silva | FFCLRP | USP
"Eu não conheço a artista, mas a artista fala pela sua obra. O fato de ela ter colocado logo na entrada de uma Faculdade tão conhecida no país todo e no exterior, numa entrada barroca, essa caixa preta... E a primeira impressão que eu tive foi histórica, do resgate da idéia de funeral mesmo. Lembrou muito uma espécie de pequena capela, que está no Museu do Cairo, onde as partes internas do Faraó Tutankamon estão guardadas, apesar de douradas com a deusa Set protegendo o Faraó. Aqui a gente é solicitada pela artista de que nós entremos, eu diria mais, na idéia do luto, do enlutado. Porque na nossa cultura o preto está muito associado a essa idéia do luto, a forma, eu diria, essa forma severa, limpa, apesar de ser preto, eu diria clean, no sentido de que você também se associe a essa idéia de perda. Então nesse sentido nós podemos dizer que há uma coerência incrível do total da exposição, da curadoria que com muito cuidado trouxe aqui esses três artistas e o Simpósio sobre a dor. O estar enlutado é a grande intensidade da dor, quer dizer, você nem está mais sentindo na pele, a pessoa se foi, você nem pode mais acompanhar com o caderno do artista, nem com o sangue que jorra no hospital, no leito. A pessoa se foi, e não tem nada que a coloque aqui. E eu diria que também nos faz o apelo à questão do silêncio. Não tem palavras, eu tenho impressão que a artista passa um pouco isso pra nós: não tem palavras, não tem texto. Se existem as palavras como no texto do Vasconcelos, aqui não, aqui a artista nos coloca sem palavras, só uma cor, é uma não cor, muito eloquente, e nos convida a meditar em silêncio. E à porta de uma faculdade que luta pra manter a pessoa viva, mas a morte é inevitável. Vamos pensar no que essa figura representa pra todos nós."
Profa. Elza Maria Ajzemberg | MAC | USP
"A dor, agulhas ensanguentadas em riste, nos espreita, como uma constante possibilidade, é parte de nossa condição, nos sugere Silvia Velludo. Seu enorme cubo negro fala da invevitabilidade da dor. Não há como eludi-la, furtar-se a sua presença. Ali está em sua concretude a barrar-nos o caminho. Mas um olhar mais atento consegue superar o inescapável e perceber na superfície da obra um convite ao tato. Um contato que pode ser doloroso sim, a limalha de ferro que recobre o cubo fere a pele, mas é maleável. Posso mexer em minha dor, posso relacionar-me com ela."
Profa. Anette Hoffmann | FMRP | USP
Mostra Territórios
MAC USP - Museu de Arte Contemporânea da USP | São Paulo | Brasil
2006

OUTROS TRABALHOS










